O velho Liácio olhou para a porta com desconfiança. Aproximou-se lentamente, tentando ouvir qualquer som lá fora, mas tudo estava em silêncio. Olhou para os amigos e, com ar sério, disse:
─Talvez seja melhor eu não abrir a porta agora. Podemos esperar para ver se há algum movimento.
A Nela abanou a cabeça preocupada, aproximou-se do Maravilhas e tentou acalmá-lo, fazendo festinhas no seu pelo macio. Os livros na prateleira estavam em silêncio e de cara fechada, mas ao mesmo tempo, pareciam preocupados.
O tempo passou lentamente, e nada aconteceu. O dlim dlom da porta não soou novamente. O senhor Liácio decidiu que era seguro abrir a porta, e assim o fez. Do lado de fora, não havia ninguém. A rua estava deserta, e não havia sinal de quem pudesse ter tocado a campainha.
Os amigos olharam um para o outro, sem entender o que tinha acontecido. O Sr. Liácio agarrou o Maravilhas ao colo e acariciou o seu pelo e pensou em voz alta:
─Talvez tenha sido apenas um susto. Mas é melhor ficarmos atentos, nunca se sabe o que pode acontecer.
Os livros na estante pareciam concordar com ele, todos tinham sido testemunhas do estranho acontecimento, sabiam que era melhor estarem preparados para qualquer eventualidade.
A Nela olhou para o senhor Liácio e disse:
─Talvez devêssemos fechar a livraria mais cedo hoje! Não quero correr nenhum risco.
O senhor Liácio abanou a cabeça, concordando com a menina. Ele colocou o Maravilhas no chão e começou a fechar as portas e janelas da livraria. Os jovens amigos ajudaram-no, seguindo as suas instruções.
E assim, a livraria ficou em silêncio, com as luzes apagadas e as portas trancadas. Os livros na estante suspiraram aliviados, porque sabiam que estavam seguros. Mas todos eles estavam curiosos sobre o que tinha acontecido e perguntavam-se, se isso voltaria a acontecer…
Mariana Martins, n.º21, 6.ºG